sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Os Elos das Almas - A Família



“Família é como rubéola. Tem-se uma vez quando criança e fica-se marcado para o resto da vida.”
Sartre

Vi essa frase quando estava lendo a Idade da Razão, há muito, muito tempo atrás. E achei muito interessante colocá-la neste post hoje, que dará continuidade ao controverso tema da relação familiar e os nossos elos com a família. Quando li a frase, em primeira instância ri e, depois, meditei longamente sobra a profundidade deste pensamento que muitos podem ter tomado por ‘filosofia barata’. Pensei em como nossas famílias podem marcar a nossa existência, o quanto ela nos influencia e em como ‘devemos’ parte do que aprendemos ou desaprendemos (que o Leitor use de discernimento) a ela.

Claro que creditar tudo o que somos a nossa família também não é nem correto e nem justo. Além de nossos parentes, uma gama de outras pessoas fazem parte da nossa formação, como professores, amigos, pais de amigos, namorados, ídolos pop, escritores, a sociedade e a nossa própria Essência, nossa Alma Real, I.E, o que realmente somos independente do corpo que usamos. Mas, é a família que convive conosco nos nossos primeiros anos de vida, quando estamos aprendendo muita coisa nova. Nos nossos primeiros passos, tudo o que aprendemos depende deles: o que vivemos, o que comemos, sonhamos e pensamos, tudo isso sofre a influência deles. E, embora a maioria não se dê conta, isso é uma responsabilidade imensa.

Há famílias unidas, que mais parecem um time de futebol. Há outras mais tímidas, não parecem se relacionar intimamente, soam distantes e frias. Há ainda outras que brigam até pelo sabor da pizza que vão pedir, ou a cor do novo cãozinho de estimação. Compartilho agora, com o Leitor mais incauto, uma infeliz e nobre verdade: Aquelas famílias de seriado norte americano que costumávamos ver há uma década, perfeitas, unidas, inseparáveis e sem defeitos NÃO EXISTEM. Há por aqui e por ali versões aproximadas, mas uma outra verdade é que convivência gera conflitos, cismas, neuras, mágoas que se não forem resolvidos, ficam aguardando seu momento ‘adequado’ para se manifestar e ser despejado feito uma torrente.

Quando trabalhei como voluntário há uns dois ou três anos atrás, ficava quase o tempo todo com crianças. Conheci todo tipo de crianças que se pode imaginar, das mais quietas e comportadas às mais espoletas e hiperativas, passando por crianças de três/quatro anos até os treze/quatorze anos. Foi um período de grandes aprendizados. Me lembro de duas famílias que tive a chance de conhecer um pouco mais. Numa delas, o filho Johnathan, era um adolescente doce, prestativo e super educado ao tratar as outras pessoas e pelo que percebi da família, tinha uma forte ligação com a mãe. Já o pai parecia meio distante e, olhando para eles juntos, não parecia funcionar como uma família. Na outra família, eram duas crianças igualmente lindas. O menino se afeiçoou muito a mim e era muito carinhoso, era um de meus protegidos mais queridos. Para minha total surpresa o relacionamento dele tanto com o pai quanto com a mãe era distante e frio, quase inexistente. A menina era mais revoltada e nós brigávamos um pouco, ela adorava implicar com tudo e com todos, e comecei a notar que esta família parecia um monte de peças de quebra-cabeças diferentes. Por que será que isso acontece? Por que algumas famílias parecem ser compostas por pessoas radicalmente diferentes, enquanto outras parecem verdadeiramente uniformes?

Vamos lembrar que há mais coisa entre os céus e a terra do que sonha nossa tão limitada e vã filosofia. Há um plano, em algum lugar, arquitetado por Alguém de muita Sabedoria. E tudo o que precisamos é confiar (leia-se: acreditar) que este Alguém realmente sabe o que está fazendo. Quando alguém se sente um estranho no ninho da própria família, tem motivos pra isso. O que a Sabedoria, mencionada anteriormente, faz, é colocar pessoas de níveis espirituais diferentes juntas pra ver se uma ajuda as outras. Que o Leitor perdoe-me pela simplicidade do recurso que irei usar para melhor ilustrar o que acabo de dizer, mas irei usar o bendito do ‘Joãozinho’ que todo mundo sempre usa (coitado, já deve estar cansado de ser quebra-galho de todo mundo). Vamos lá: O Joãozinho se sente um incompreendido. Sua família não aceita seu estilo de vida, sua sexualidade, suas idéias ou sua opção profissional. As brigas são imagens constantes e o Joãozinho se sente um solitário, não vendo nada em comum entre ele e aqueles que dividem o mesmo sangue. Há aí uma função para cada membro da família e basta que elas reconheçam isso.

Agora que usei esta ‘historinha’ e como sou muito ligado ao teatro e artes cênicas, chegou a hora de uma aulinha bem básica de roteiro. Veja os personagens de uma história, seja ela qual for. Note que cada um tem seu próprio universo, mas que juntos funcionam como peças complementares. Graças à união desses personagens, a história caminha, se desenvolve e se desenrola. Além do universo particular, cada personagem conta com uma função. A função do Joãozinho é ajudar a família dele a compreender melhor outros mundos, aumentar seus limites, exercer a tolerância que nos torna melhores e maiores, enfim, fazê-los aprender. A função da família do Joãozinho será, provavelmente a mesma que a dele, e ajudá-lo a aprender a ensinar, já que se trata do membro mais “diferente” da família. Se cada um se dispuser a aprender o que o outro tem a ensinar, a ouvir o que o outro tem a dizer, as famílias serão felizes, cada membro a sua maneira, é claro, mas indubitavelmente mais felizes do que se não houver esta boa disposição das partes.

E já que falamos de famílias felizes, não custa nada lembrar de uma coisinha que é meio óbvia, mas de repente pode ter escapado, afinal os humanos andam cada vez mais distraídos...
O que é uma família feliz? É aquela em que todo mundo parece ter feito curso de modelo e branqueado os dentes? Aquelas bem tradicionais, com todos reunidos em volta de um árvore de natal que vai até o teto nos comerciais de peru ou de refrigerantes de cola? Aquelas que, depois que você cometeu um erro, senta com calma e fala pacientemente que sempre o amará, enquanto toca uma música bem bonita no fundo?
Bom, pessoal, esse tipo de família não existe nem em seriado hoje em dia (observe Todo Mundo Odeia o Chris, por exemplo)! Tentar atingir esse patamar é o mesmo que tentar se atingir o perfil de beleza das top models. É uma tarefa inglória. Eventualmente, toda família vai perder a paciência ou uns com os outros ou com o membro mais “diferente”. Como disse faz parte da convivência. O que vai tornar uma família feliz não é o quanto ela se parece com um comercial ruim de creme dental, mas a honestidade com que ela vai viver seus dias e seus dilemas. Nada pior que famílias que se acham perfeitas e estão, na verdade, perdendo seu tempo ao invés de aprender mais sobre si mesmas.


Às vezes as famílias brigam, é claro. E a coisa fica feia mesmo quando começam a gritar, como se nem estivessem dentro do mesmo local. Será que seus corações se distanciaram tanto que precisam gritar para serem ouvidas? O que acontece é que algumas vezes a pressão precisa ser aliviada e a briga é uma excelente válvula de escape. Algumas vezes é melhor ter uma discussão do que guardar para si e ficar remoendo tudo sozinho depois. Essa mania horrorosa de guardar rancores e mágoas provoca uma série de males, tanto físicos e emocionais, quanto espirituais ( O Kharma, do qual falei no post anterior, lembra?) Precisamos nos expressar, especialmente com as pessoas que convivem diariamente conosco. Por mais que para alguns isto não seja algo fácil de se fazer, é algo a se tentar.

Eu disse que ALGUMAS VEZES é preferível ter uma discussão, mas é claro que não precisa chegar a este ponto. Se algo está errado em uma família, a coisa mais sensata a se fazer é sentar e conversar, desarmar a ‘bomba’ antes que ele exploda. Evitar alguns corações partidos e sentimentos feridos.

Como já disse anteriormente, algumas vezes as discussões podem estar sendo causadas por entidades do plano astral, tais como fadas (que costumam ser ciumentas), elementais do elemento terra (que podem estar se divertindo com as situações ou mesmo zangados, mas estes casos são menos frequentes), larvas astrais ou por espíritos de baixo astral. Se o leitor julgar conveniente, recomendo, para ajudar, alguns rituais de banimento que podem mostrar-se eficazes na re-harmonização da casa e portanto dos elos familiares. Eu gostaria muito de sugerir um link para o Site de Cultura Pagã - Circulus Paganus - que mantenho juntamente com Pallas, com algum ritual deste tipo, porém o site ainda está sendo estruturado, mas em no máximo uma semana estará lá uma seção para Rituais. E, para auxilio do Leitor, um dos primeiros que postarei será um ritual de banimento. Porém aqueles que quiserem ir se adiantando, há apenas uma recomendação: Pesquise! =)

Por enquanto deixarei aqui dois Dabrakás que são uma espécie de mantra da magia egípcia que originou a Kabalah (Cabala) e resgata o poder de palavras muito antigas que nossas almas reconhecem. Futuramente falaremos mais sobre a magia egípcia, que é muito forte por sinal, em nosso site. Espero que estes Dabrakás sejam úteis. Se quiserem podem fazer rituais de serenidade como o pudim que recomendei em um post anterior para acalmar os ânimos e facilitar o convívio e favorecer estes Dabrakás que promovem o entendimento. Estes foram retirados do livro: Da Kabalah ao Kabash – Magia e Sabedoria dos Sacerdotes do Antigo Egito de Mestre Rolland ( Não possui Editora, que estranho, mas tem um telefone aqui no livro para quem quiser adquiri-lo, é o: (11) 5535-1592).
O Primeiro é o

Hab Er Ron

Hab= o H tem som de R como em ‘Rato’
Er= o R tem som ‘enrolado’ como em palavras de origem inglesa ‘Are’ e ‘door’ por exemplo.
Ron= o R tem o mesmo son de em Er os demais sons são como de costume.

Este Drabaká é usado para promover a integração entre as pessoas, independente de pertencerem a mesma família.
Para executá-lo você precisará de dois recipientes de cobre, independe de tamanho, sendo que um você deverá encher com água e o outro deve permanecer vazio. Sente-se confortavelmente de preferência em uma cadeira de braços, e coloque os recipientes sobre as suas coxas, e apóie os braços nos braços da cadeira colocando as mãos imediatamente acima dos recipientes, sendo que o que contem a água deve permanecer do lado esquerdo. Se fores Homem sente-se com as pernas ligeiramente abertas, se for mulher sente-se com as pernas unidas.Com os pés tocando totalmente o chão, incline a cabeça pra trás deixando-a pender sem tensões, feche os olhos e cante este Drabaká calmamente por cerca de três minutos.

O outro Dabraká é o:

Azu Biri

A pronúncia do R é como explicado anteriormente.
Este é voltado para o humanismo, pois ele desperta a sensibilidade das pessoas para a compreensão, para se por na pele do outro, afinal se você não souber como o outro se sente como poderá ter sabedoria para se aproximar?
Deve ser praticado de noite. Acenda uma vela e sente-se de costas para ela, de modo a ver sua sombra projetada na parede. Dance calmamente com o tronco enquanto canta este Dabraká. Ele o ajudará a ser mais sensível e a entender melhor as pessoas e as situações.

Bom por hoje fico por aqui, amanhã voltarei para falar sobre os Elos das Almas e o Amor Romântico.
Um grande Abraço,

                                    Raphaell Convoitise

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