quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Karma, Dharma e Livre Arbítrio

Os Elos das Almas – Karma, Dharma e Livre arbítrio



Todos sempre falam do Kharma, mas quase ninguém se lembra de que também existe o Dharma. De uma maneira simplificada podemos dizer que o Dharma é aquilo que você trás de bom de outras vidas, seria, numa linguagem “moderna”, um crédito extra que trazemos das encarnações passadas. Já o Kharma é  a carga de aspectos negativos, como erros, burradas e lambanças que você terá de reparar nesta vida. E o livre arbítrio entra nas decisões que você tem de tomar. O Kharma exige de você um pagamento, afinal o Kharma seria algo como uma dívida. Cabe a você decidir como vai pagar. A opção de nunca pagar é totalmente fora de cogitação, só para constar. Mesmo que você decida não pagar nesta vida, como é o caso de criminosos que conseguem se safar de seus crimes sem serem punidos, sua dívida o acompanhará até o outro plano e até a próxima encarnação. O Kharma termina quando a lição em questão é aprendida, quando a pessoa que cometeu a falha percebe o erro e arrepende-se genuinamente ou quando a parte prejudicada perdoa o erro verdadeiramente. Quando pudermos ver todas as nossas encarnações anteriores, todas as nossas vidas, veremos diversas semelhanças e várias pessoas e situações que se repetem ou se explicam, será semelhante a um mosaico onde a história contada finalmente faz sentido. Quando analisamos as coisas levando em conta apenas esta vida, é como analisar uma peça de um enorme quebra-cabeças.

Por isso é tão importante não julgar precipitadamente. Mesmo quando o caso parece escabroso, como no caso de crimes, por exemplo, devemos lembrar que aquilo pode não ter começado ali. Aquelas pessoas já podiam estar presas numa linha de ódio há várias e várias vidas. E se não estavam, vão estar a partir de agora. Devemos ao menos tentar ser justos e não ceder ao ódio cego e a mágoa que almeja vingança. Sentir raiva é algo natural dos humanos, afinal todos temos sentimentos e, a raiva é um deles. A raiva é o fruto de algum outro sentimento ferido.O que não podemos fazer, é deixar a raiva ser engodada a ponto de se transformar em uma mágoa ou, ainda pior, em ódio. Sentimentos como estes podem criar laços Khármicos com a pessoa que os gerou em nós. E agir precipitadamente, motivado por sentimentos de vingança, por exemplo, é algo que pode nos condenar a uma vida futura um pouco mais sofrida e com frutos amargos e isso acontece justamente por causa de nossa visão curtinha das coisas e situações.

O Leitor, assim como eu, pode ter reparado que nos últimos anos parece ter virado moda dizer que “é tudo um processo Khármico” diante de tragédias e situações de convívio difícil. Se você não se dá bem com alguém logo afirma: “Fulano é o meu Kharma!”, se alguém sofre um acidente por que estava bêbado ou se crianças e adultos morrem de fome e sede na África (ou em qualquer outra parte do mundo), a culpa cai em cima do kharma, quando não em cima dele cai em cima de um dos três D’s (Deus, Destino ou Demônio). Mas o que afinal é Kharma? Vamos tentar entender um pouquinho mais sobre este incompreendido e tentar desbancar alguns mitos falsos a seu respeito.
Kharma são as dívidas adiquiridas em outras vidas que se refletem na vida posterior enquanto que o Dharma são os dons e laços positivos de aprendizados adiquiridos em outras vidas. Quando você demonstra um talento especial ou alguma ligação positiva com alguém, sem aparente explicação, pode apostar que é uma herança de uma outra vida passada. Em síntese, o que você é hoje reflete o que você já foi no passado, e o que você será, depende do que você for hoje. Porém, como já foi dito anteriormente, há um motivo para não nos lembrarmos das coisas da vida anterior. Se nos prendermos em quem éramos na vida anterior, nosso processo de evolução ficará comprometido, pois embora o caminho continue existindo atrás de nós, é para frente que se caminha. Em alguns casos recomenda-se a regressão de vidas passadas para melhor entender ligações kármicas desta vida, porém é um procedimento que deve ser evitado ao máximo, sendo usado somente como ultimo recurso. Nós como humanos, sempre queremos saber o que há na vida entre vidas, bem como o que houve em vidas anteriores. O que precisamos entender é que, o que nos é permitido saber, saberemos, seja por meio de sonhos, de observações de elos Khármicos e dhármicos que temos na presente vida, ou mesmo por meio divinatórios. Devemos aprender a confiar na sabedoria da Grande Genetriz, há um motivo para não lembrarmos de tudo o que já vivemos pelo ciclo de morte e renascimento enquanto entidades encarnadas. E sobretudo, quando alguma informação nos é revelada sobre alguma das encarnações enteriores, não devemos nos apegar a ela, deixando de viver o que somos agora, nos distanciando de nossa atual missão. Em outras vidas você pode ter sido pessoas excelentes ou pessoas não muito boas, mas o que conta agora não é o que você foi e sim o que você trouxe para a vida atual. Se viver preso ao passado desta própria vida já é algo ruim, imagine então prender-se a uma Vida toda que ficou no passado! O que deve ser levado em consideração é o que você É nesta vida, o que ESTÁ SE TORNANDO, e COMO LIDARÁ com a carga que trouxe consigo da vida anterior, seja ela positiva ou negativa. Em seu caminho de várias vidas, a pessoa adiquire certos conhecimentos através das lições já aprendidas e cria vínculos com espíritos mais evoluídos ou em mesmo nível de evolução ( o Dharma, lembra?). Ela vai voltar na próxima vida com potencialidades a desenvolver e sabedoria pré adquirida sobre certos assuntos. Mas, ela também passa por situações que causam mágoas, ódio, rancor, dor e tristeza, a ela ou a outras pessoas. Ela terá então um elo Khármico com essas pessoas, e voltará seguidas vezes até resolver o problema com elas.

Também não é preciso culpar o Kharma por tudo e achar que o mundo é feio e injusto e que todos merecem o que estão passando. Então não dá esmolas pra pobres, que morram as crianças no Zaire, na Índia, no Brasil e onde mais tiver gente em situação difícil e aproveita pra dar um chute no cachorro, porque todos têm culpa da própria situação. “Kharma”, que não é bem assim! Em primeiro lugar, se eles merecem ou não, você não tem nada com isso, que o Leitor me desculpe por ter falado assim, mas é verdade. Você tem a sua parte a fazer, que é ajudar e muitas vezes falta-lhe agradecer a essas pessoas por aceitar a sua ajuda, permitindo assim que você queime e dissolva o seu Kharma e evolua também. Muitas vezes, são espíritos muito evoluídos que se dispõem a voltar para terminar um ciclo, ou para adiantar-se em outro, ou ainda simplesmente para ajudar outros espíritos a evoluir.

Muita gente liga a idéia  do Kharma a uma coisa negativa e pesada, ao sofrimento e dor. Mas será que a função do Kharma é nos fazer sofrer?  Para finalizar este post esclarecendo qual é  o Real motivo da existência do Kharma transcreverei um conto Hindu que pode explicar melhor essa questão. Este conto e muitas outras lendas de diversas partes do mundo você encontra no Site de Cultura Pagã: circuluspaganus.no.comunidades.net .

Numa pequena cidade da Índia era muito comum levar-se a criança que nasce ao sábio para que ele lhe dissesse qual era o Kharma trazido de outra vida. Um menino foi levado ao nascer e o sábio disse sua triste sina. Na vida anterior, ele tinha sido cruel com sua companheira, fazendo-a sofrer e não lhe dando o mínimo valor. Para aprender sua lição, ele deveria perder a mulher com quem se casasse nesta vida.

O Menino cresceu e se tornou um homem. E se apaixonou...Ciente do destino que revelaram aos seus pais quando criança, voltou ao sábio da cidade. Mas a sentença não mudara. Perderia a companheira com a qual se casasse.

O homem ficou desesperado e então o sábio, vendo sua tristeza de não poder se casar com a mulher que amava, deu-lhe uma idéia. Realizariam uma cerimônia de casamento, com padrinhos, testemunhas, sacerdote e tudo o mais, e ele se casaria com uma árvore. As pessoas envolvidas deveriam estar conscientes de que era uma cerimônia verdadeira. E assim foi feito. Pouco depois a árvore secou e morreu. O homem ficou realmente impressionado e só então pôde casar-se com a moça, que gozou de longa vida e lhe deu muitos filhos.

Dessa história podemos tirar uma lição muito importante. O Kharma deste homem era de perder a esposa? Não! O Kharma dele era aprender a dar valor á esposa. O Kharma é um meio de aprendizagem. Nossas diversas vidas são um meio de perdermos medos, superarmos nossos próprios limites e nos tornarmos cada vez mais próximos da essência divina que foi soprada em nós. E temos sempre duas maneiras de aprender: por bem ou por mal. A escolha cabe única e exclusivamente a nós. Cabe a nós decidirmos se queremos um Kharma ou um Dharma na próxima vida.

E você, Caro Leitor, o que quer para si?
Uma vida calma e relativamente mais feliz na próxima existência, tendo que, para tanto procurar viver mais harmonicamente com o planeta e a humanidade, dissolvendo Kharmas e respeitando o próximo, libertando-se mais rápido do ciclo de encarnações e atingindo a verdadeira perfeição? Ou continuar prendendo-se e permanecendo preso nas antigas amarras de vidas passadas, mantendo-se, assim, neste constante ciclo de encarnações demorando-se ainda mais na escala evolutiva?
Pense, reflita, faça bom uso do Livre Arbítrio que recebestes e sinta-se a vontade para compartilhar conosco os teus pensamentos.

Um grande abraço a todos.

                                           Raphaell Convoitise

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